Isadora era uma garota comum, daquelas que passam despercebidas em multidões, mas que carregam um mundo inteiro dentro do peito. Sua vida era simples, marcada por livros empilhados, cafés pela metade e noites insones ao som da música que preenchia seus vazios. Foi assim que descobriu Kael — um cantor de voz rouca, letras viscerais e atitudes controversas.
Ele era amado por suas canções e odiado por tudo o mais. Polêmico, arrogante, colecionador de escândalos e histórias descartáveis. Mas quando cantava... ah, quando cantava, parecia outro homem. Isadora se apaixonou primeiro pela voz, depois pelas letras, e enfim criou em sua mente um Kael que nunca existiu.
Ela sabia tudo sobre ele, ou achava que sabia. Guardava suas músicas como quem guarda cartas de amor não enviadas. E quando soube que ele faria um show em sua cidade, com direito a sessão de fotos com fãs no dia anterior, seu coração tremeu. Era a chance de estar frente a frente com o dono daquela voz que a embalava nas madrugadas.
Vestiu-se com cuidado, não para impressioná-lo, mas para estar à altura do sonho que cultivava há anos. E quando chegou sua vez de conhecê-lo, o mundo parou por um segundo. Ele estava ali, em carne e osso, mais bonito e mais real do que jamais imaginara.
Kael a olhou de cima a baixo com um sorriso malicioso. — “E aí, gata. Já ouvi que fã que vem assim é porque quer mais que foto.”
Isadora riu, sem entender se era uma piada. Para ele, era só mais um rosto bonito. Uma aposta com o empresário. "A próxima que me disser que me ama por causa da minha música, eu pego e aposto que cai fácil." Mas havia algo nela... algo que fez com que a risada dele saísse menos segura.
Ele a convidou para uma festa privada depois do show. Ela hesitou, mas cedeu. Foi uma noite de conversas, confissões, um beijo que começou com desejo e terminou com algo indefinido, inesperado. Ela acreditou que havia visto o homem por trás da fama. Ele acreditou que seria só mais uma.
Mas no dia seguinte, ela desapareceu.
Não deixou contato. Nem um bilhete. Kael não entendeu. Pensou que, como outras, ela ficaria atrás. Mas Isadora não ficou. Não o procurou. E isso, pela primeira vez, feriu o ego dele. Mais do que isso: feriu o coração.
Dias se tornaram semanas. Kael não conseguia escrever sem pensar nela. As letras começaram a mudar, tornaram-se mais suaves, mais verdadeiras. Seus produtores estranharam. "Quem é essa mulher que tá te mudando, cara?"
Ele não sabia. Sabia só o nome: Isadora.
E foi atrás dela. Fez posts indiretos. Fez lives onde citava trechos da noite deles. Uma música nova, chamada “Ela Sumiu”, virou sucesso. Mas Isadora ouviu tudo. E chorou tudo.
Porque soube da aposta. Uma amiga dela trabalhava nos bastidores da produção do show. Contou tudo. E a imagem que ela construiu com tanto carinho despedaçou-se como porcelana em chão de mármore.
Quando Kael finalmente a encontrou, ela o encarou com olhos frios. — “Você foi meu sonho por tanto tempo. E no fim, eu fui só mais uma piada na sua lista.”
Ele tentou se explicar. Disse que não era mais o mesmo. Que ela havia mudado tudo. Que agora escrevia músicas com o coração e não com o ego. Que a queria não por vaidade, mas por necessidade.
— “Você me ensinou que o amor não se conquista com promessas, mas com presença. E eu estou aqui, Isadora. Errado, quebrado, mas aqui. Me deixa tentar de novo. Me deixa mostrar que você é mais do que uma letra de música. Você é o refrão da minha vida.”
Ela quis acreditar. Mas o coração machucado não cede tão fácil.
Kael decidiu, então, que não falaria mais. Mostraria.
Mandava flores sem bilhete. Deixava cadernos com letras escritas à mão na porta do trabalho dela. Parou de se envolver em polêmicas. Sumiu das redes. E sua próxima turnê... foi cancelada. Todos os fãs queriam saber por quê.
Mas ela sabia. Ele estava esperando que ela voltasse.
E um dia, voltou. Em silêncio. Sentou-se ao lado dele, no mesmo banco do parque onde se viram pela última vez. E segurou sua mão.
— “Se você me machucar de novo... eu juro que dessa vez não escrevo poesia. Só me apago de vez.”
Kael sorriu, sem ironia, sem vaidade. — “Eu só quero escrever a nossa música agora. Sem final.”
P.S: Essa Fanfic conto, crônica ou qualquer nome que você queira dar, ou eu chama-la é criação minha. Por favor respeito os direitos autorais dela.
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