Sinopse: Caminho das lágrimas, é uma crônica que criei para uma das cadeiras da faculdade. Nela tento me inserir na tribo Sioux, tendo enxergar os olhos de Touro Sentado como foi o último passo para a conquista do oeste.
Caminho das lágrimas
O que venho a lhes contar é sobre uma tarde a margem do rio Little Big Horn.
Quando eu era Tantanka Iyotaka, o Touro Sentado do sudoeste de Dakota aconteceu-me uma aventura mágica. Morava nas terras ao redor do rio Grand, lugar de belíssimo ser. Onde o lobo é o professor e a águia a detentora de novos caminhos.
Neste dia, Wakan Tanka apareceu na forma de um lobo branco. Enquanto esculpia sua flauta, o grande espírito veio e me contou sobre a benevolência e a crueldade. Após os ensinamentos, voltei a minha tribo e lhes contei tudo.
Mas foi numa manhã fria e inóspita que usei de todo aquele ensinamento. Ali a beira do rio, estava um dos homens do general George Armstrong Custer. O soldado assustado, como um furacão tentou fugir, porém foi parado pelo meu grande amigo de quatro patas. E ali ele ficou medindo cada movimento que eu fazia. Como não falei nada, ele logo se cansou.
─ O que queres de mim?
─ Nada.
─ Então por que não me deixa ir?
─ Não estou lhe impedindo, você é livre pra ir onde desejar.
O soldado ficou ali pensativo, com os olhos fixos em mim. Depois de um tempo, ele suspira, larga o rifle no chão e vem em minha direção.
─ Pensei que o grande líder Touro Sentado não pouparia nenhuma alma.
─ Você teme por sermos selvagens, mas a crueldade não vem do meu povo.
─ Como você fala que não são cruéis quando há guerras entre vocês?
─ Não confunda luta pela sobrevivência com crueldade. Vocês lutam pelo que?
Dispus a pele de bisão que carregava comigo e o convidei a sentar. Relutante o soldado ficou ali pensativo. Olhou para o chão e então sentou a minha frente. Enquanto o vento brincava com as folhas dos Sungold e o rio cantava sua melodia, levei à aquela alma os ensinamentos do meu povo, os ensinamentos de Búfalo Branco.
Após minha tentativa de ensiná-lo a ver com o coração do Grande Espírito, pedi-lhe então:
─ Haverá um momento, que você retornará a mim. Nesse momento peço que venha como um amigo, e não se esqueça do meu pedido: quando a minha hora chegar, enterre meu coração na curva do rio.
─Você não tem medo da morte?
─ O medo não é uma coisa concreta, está no seu coração. Nunca se esqueça de escutá-lo. É melhor escutar o que ele diz para que não venha a se surpreender.
─ Porém, por que me pedes tal feito sabendo que sou seu inimigo?
─ Você é meu inimigo, por não se despir de suas fraquezas, não querer abandonar o material e correr para os braços da Grande Mãe. Homens como você nunca entenderão o porquê escolho a curva do rio e a sua sinuosa e silenciosa corrente para ser o meu repouso.
Encerramos nossa conversa, o sol já estava se despedindo e a lua começava a sorrir para o véu da noite. Peguei minha pele de bisão e dei adeus ao soldado, ao dia e ao futuro.
E logo mais adiante, os caras pálidas confirmaram as palavras do Grande Espírito, e o que eu não desejava aos meus irmãos.
Toda história prevista por Wakan Tanka findou naquele 29 de dezembro de 1890, em Wounded Knee. Esta foi a pedra final. Era assim, como a melodia de um velho canto do oeste, que meu povo encontrou a linha do destino e as asas da vida.
P.S: Essa Fanfic conto, crônica ou qualquer nome que você queira dar, ou eu chama-la é criação minha. Por favor respeite os direitos autorais dela.
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